Em um primeiro momento, a afirmação “estado físico do fogo” pode soar, no mínimo, estranha. E a razão é no mínimo compreensível, uma vez que o fogo consiste em energia e não em matéria.
Falar sobre o estado físico do fogo é realmente complexo – como já insinuava o poeta e crítico inglês Leigh Hunt em sua frase “o mais tangível de todos os mistérios visíveis é o fogo”.
Sobre o estado físico do fogo
O fogo é o resultado da reação entre um comburente e um combustível – como no caso da mistura entre a gasolina e a madeira, por exemplo. A energia criada pela reação é instantaneamente liberada como fogo, o que faz com que ela nunca chegue a se constituir como matéria.
Vamos para um exemplo. Imagine um móvel de madeira pegando fogo. Quando isso acontece, suas moléculas são quebradas e, ao entrarem em contato com o oxigênio do ar, resultam em H20 (moléculas de água).
O produto da reação se torna o fogo a medida em que a energia presente no H20 é muito menor do que quando em comparação à energia liberada pela madeira.
Ao longo dos anos, estudiosos e físicos tentaram comprovar que sim, o fogo possui não só um, como 2 diferentes estados físicos: o estado de plasma e o estado gasoso. A ideia, porém, não foi aceita pela comunidade científica, já que o estado físico do plasma só pode ser encontrado no espaço (mais especificadamente, nas estrelas) ou em lâmpadas de tungstênio.
Os físicos chegaram a essa conclusão depois de avaliarem a coloração azul (que daria origem ao estado de plasma) e a coloração vermelha (que daria origem ao estado gasoso) do fogo. Porém, a ideia não conseguiu se sustentar pelo simples fato de que o fogo não é um estado físico, e sim uma energia.
Uma curiosidade: posteriormente, a diferença na coloração do fogo foi explicada pela própria intensidade da chama. As chamas azuis são as mais quentes (como podemos ver, por exemplo, no fogão de nossa casa), enquanto a chama vermelha é mais fraca, e consequentemente, consegue ser apagada com maior rapidez.